Desde que eu li, pela primeira vez, o livro “Uma Revolução Sutil”, de Yael Barcesat, eu me encantei pela forma poética com que a Autora permeia direta e indiretamente o DeROSE Method e os ensinamentos do Professor DeRose. 

Em muitos capítulos, a Autora descreve uma das bases conceituais mais marcantes do nosso método: boas relações humanas.

Boas relações humanas compõem um dos fundamentos da nossa Cultura e é algo que aprendemos praticando, dia após dia. É um aprendizado de longo prazo.

Cultivar e manter boas relações humanas diz respeito não somente a manter relações fraternas, mas, também, diz respeito ao convívio saudável, à observância do espaço vital do outro, à independência, à sutileza, à atenção… diz respeito, ainda, à união e à partilha.

Como já nos ensinou o Professor DeRose, em seu livro Pensamentos Desvendados, “a união fez de nós o que somos; fará de nós o que nem imaginamos.”

E foi pensando na capacidade construtiva da união, que esse texto é escrito a quatro mãos, com a participação da instrutora Camilla Rolim.

Ela integra a Escola DeROSE Method Ipanema desde a data da sua fundação, e esteve ao lado do nosso Diretor Rafael Ramos e da instrutora Carol Aguiar, sonhando e acreditando no Projeto de criação da Escola.

Ela é liderança de eventos e cursos da Escola, e divide com o nosso Diretor a responsabilidade de fazer o acompanhamento e gestão dos instrutores e alunos.

Sabrina: Bem-vinda, Camilla! A frase do Professor DeRose que é título dessa postagem é muito emblemática para mim e representa bem a nossa base filosófica e cultural. O que essa frase representa para você?

Camilla: Desde a primeira vez que a ouvi foi impactante, e com o tempo, essa foi uma frase que foi ganhando diferentes sentidos. Hoje, para mim, é um lembrete de que não fazemos nada sozinhos, e que somos frutos do contexto em que vivemos, sem necessariamente estarmos presos a ele. O desenvolvimento de cada um depende de si, certamente, mas não só disso. Podemos ajudar uns aos outros nos tornando melhores, e possibilitando ao mundo e às pessoas ao redor condições para isso. Juntos podemos ir mais longe.

Sabrina: Eu me lembro de você falar, certa vez, sobre a correlação entre boas relações humanas e sobre respeitar o espaço vital. Você pode comentar um pouco mais sobre isso?

Camilla: O conceito de boas relações humanas, tão comentado no DeROSE Method, é  muito importante e interessante, mas pode ser meio intangível, se não pensamos em o que pode ser feito para construir isso. Treinamentos como de respiração e meditação nos permitem aprimorar a capacidade de auto-observação, mas isso pode ou não refletir na sua habilidade de reconhecer o outro. Por isso a prática é fantástica, mas as mudanças se manifestam mesmo quando colocadas nas relações com o outro e consigo mesma. Uma das formas de treinar essa melhora nos relacionamentos (afetivos, familiares, de amizade, de trabalho, de casualidade…) é entender que cada pessoa tem seus limites, e que o tamanho do espaço físico vital é diferente para cada um. Um treinamento que você pode fazer no dia a dia é perceber se você invade o espaço das outras pessoas – seja com barulho, seja forçando sua presença física, seja limitando o movimento alheio pelos ambientes. São detalhes – mas de que são feitas as relações senão deles?

Sabrina: Como você conheceu o DeROSE Method?

Camilla: Nunca tinha ouvido falar sobre as escolas do DeROSE Method ou sobre o Professor DeRose antes de me inscrever. Mas passava muitas vezes em frente à escola que fica perto da casa dos meus pais, onde eu morava, e depois de tantos meses curiosa, um dia entrei e me matriculei. Foi um período novo da minha vida, tinha acabado de me formar na faculdade, sido efetivada no estágio que fazia, e me entendendo como jovem adulta. Minha rotina era trabalho – casa – trabalho, e isso não estava me fazendo bem. Começar uma atividade que era um tempo para mim foi muito importante, fez com que eu me reorganizasse internamente. Foi tão especial que em pouco tempo eu já estava interessada em me aprofundar, e depois de alguns meses já inscrita na formação profissional. Me formei no final de 2014, passei a trabalhar exclusivamente com a metodologia em meados de 2015 e aqui estou até hoje, depois de muitas mudanças, desafios, conquistas e felicidades!

Sabrina: Você é de São Paulo e mudou-se para o Rio de Janeiro a trabalho. Como foi esse processo de mudança de cidade?

Camilla: Foi um processo bem duro e difícil. Além de mudar de cidade e profissão, este também foi o momento em que saí da casa dos meus pais. Não tinha nenhuma educação financeira, me endividei, vivi as dificuldades dos primeiros passos na carreira e precisei me planejar. Por algum tempo, tive dúvidas da minha competência, pois não conseguia resultados. Porém, estar no Rio de Janeiro, me permitiu viver diferentes realidades. No meu primeiro ano, eu apenas circulava pelo bairro do Leblon, onde morava e trabalhava, tendo uma visão bem limitada da realidade. Como parte dessa reorganização pessoal e financeira, me mudei para o bairro do Méier, onde meu namorado havia acabado de comprar um apartamento. Foi isso que me possibilitou o tempo necessário para fazer as coisas darem certo. Isso me faz pensar na sua primeira pergunta: a União me permitiu chegar aonde estou hoje. Graças ao apoio do Sérgio e da minha família, pude me reestruturar. Tive como me arriscar no projeto de DeROSE Ipanema, no qual não tínhamos garantia nenhuma, e hoje posso desfrutar da vida que tenho. Fico feliz por ter conseguido aprender e amadurecer tanto, mas que doeu, doeu.

Sabrina: Você se destaca em várias áreas na sua atuação profissional, mas uma das que mais chama a minha atenção é a sua flexibilidade e a capacidade de estimular a flexibilidade em seus alunos. Como foi esse processo de se tornar mais flexível e o que isso impactou na sua vida?

Camilla: Ter o corpo flexível não foi algo que veio naturalmente para mim, mas foi algo que fiz com muita felicidade. Não era algo que eu sabia que podia ser treinado e desenvolvido, mas uma vez que comecei a gostar, foi bem mais fluido seguir avançando. O que mais me ajudou e ainda ajuda é a descontração. Quando entendi a importância de descontrair, de soltar o corpo com consciência e ao mesmo tempo mantê-lo ativo, consegui avançar muito na flexibilidade (e olha que ainda há espaço para seguir melhorando!). Tecnicamente, coordenar a respiração e trazer a consciência para o corpo e o que estava sendo feito no momento, me permitiu avançar bastante. Hoje busco ensinar isso nas minhas aulas. Além disso, também vejo o quanto a flexibilidade tem a ver com permitir-se estar, em construir conforto ao mesmo tempo em que se respeita o seu tempo. É um exercício fascinante de presença e de carinho consigo.

Sabrina: Eu assisti a sua última prova de revalidação como profissional do DeROSE Method (que precisa ser feita todos os anos). Em sua palestra, você falou sobre a importância de fazer pausas e como o autoconhecimento pode auxiliar viver melhor também ao se permitir parar para seguir em frente. Como é possível parar quando temos tantos compromissos e tanta coisa a se fazer? 

Camilla: Não é algo fácil mesmo… ainda que seja desafiador, é preciso que seja colocado na rotina como algo intencional. Separar momentos para fazer isso! Ao mesmo tempo, é importante não instrumentalizar tudo o que fazemos, especialmente nossos hobbies. Podemos fazer algo simplesmente pelo prazer de fazer aquilo, mesmo que não tenha uma “função”. É claro que as técnicas respiratórias, a meditação, o treinamento de flexibilidade e força, tudo isso gera bons reflexos. Podem promover um aumento de concentração e foco que lhe dará mais produtividade e fará ter mais resultados no trabalho, por exemplo, mas esse não precisa ser o objetivo. Você pode simplesmente fazer aquilo que te faz bem! Hoje, depois da pandemia, depois de rever muitas das minhas prioridades, entendo isso: o importante na vida é viver, ser feliz, fazer bem para si mesmo e para o mundo ao seu redor. Estando nesse caminho, fica mais fácil fazer todo o restante!

Camilla, eu agradeço a sua valiosa contribuição e o carinho dedicado a cada etapa da redação dessa postagem; foi uma experiência especial escrevê-la com a sua ajuda e ao seu lado.

Se você (leitor) quiser conhecer melhor a instrutora Camilla Rolim, você pode adicioná-la em suas redes sociais (Instagram: @rolimcamilla / LinkedIn: Camilla Rolim) e, também, agendar uma visita a nossa Escola.

E, não deixe de participar das muitas atividades que serão realizadas durante o ano na nossa Escola DeROSE Method Ipanema. Siga o Instagram @deroseipanema e acompanhe a nossa agenda de eventos para saber mais.

*Fotografia cedida para uso no site pela instrutora Camilla Rolim.